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Como se preparar psicologicamente para adotar uma criança - III

Como se preparar psicologicamente para adotar uma criança - III

1 de maio de 2012


Mãe segurando sua filha no colo

Preconceito


Outro problema comum é lidar com o preconceito dos amigos e familiares. "Por isso, os pais precisam estar seguros em relação à decisão de adotar um filho. Essa segurança pode contribuir bastante para lidar com as dificuldades e os possíveis preconceitos que vierem acontecer", avisa Cynthia. "É comum as pessoas ao redor chamarem a criança adotada de filho de criação, pensarem que a qualquer momento o adotado vai virar contra os pais ou que tudo que a criança fizer de errado é porque foi adotada. Os pais precisam focar em uma relação estruturada com esse filho, assim eles saberão lidar com os preconceitos sociais de maneira mais leve", explica Soraya.

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Além disso, outra questão é que a maioria dos adotantes prefere adotar bebês, mas grande parte das crianças disponíveis para adoção são maiores. Para tentar acelerar o processo de adoção, algumas pessoas optam por uma criança mais velha. "Quando decidem pela adoção é necessário que os pais adotantes preencham uma ficha, que deve constar o perfil da criança que pretende adotar. A maior procura se dá por meninas, brancas e recém-nascidas. Sabemos que crianças maiores têm menores chances de serem adotadas, assim como irmãos, pois os juízes dão sempre preferência por não separá-los. A decisão de adotar uma criança mais velha deve ser muito discutida e pensada não só pelo casal, mas também por cada um individualmente. É uma decisão difícil que inclui diversos aspectos pessoais e as limitações de cada um", alerta Cynthia.
"Quem decide adotar uma criança mais velha tem que se questionar se está preparado para entender o desenvolvimento daquela criança. Procure fazer muitas leituras sobre o assunto e aceitar as diferenças, a história e a vivência dessa criança. Por isso é tão importante procurar um grupo de apoio", recomenda Soraya. "Quem busca constituir família precisa fazer isso em sua concretude e não se basear em idealizações. É preciso questionar o que pensa sobre o que seria a família ideal e se ela de fato existe, se realmente há o desejo de adotar e se tem estrutura psicoafetiva para acolher a criança mais velha", explica Mariano.
Esta falta de preparo psicológico faz muitos adotantes devolverem as crianças adotadas. "Geralmente, isso acontece nos casos de adoção tardia, de crianças acima de dois ou três anos. Muitas vezes, elas testam a certeza do vínculo com os pais com atitudes agressivas e indisciplina, mas nem sempre os pais conseguem compreender o significado disso. Por isso é importante o acompanhamento psicológico, não só dos pais, mas também da criança. Ela precisa sentir que tem um lugar na família, pois nem sempre esse lugar está claro para ela e até mesmo para os paisHá também casos de pais que adotam por caridade e isso pode ser muito complicado, pois a adoção é uma filiação acima de tudo e não pode estar ligada a bondade. Isso pode se tornar muito pesado e complicado para a criança e se transformar em um dificultador na relação familiar", alerta Cynthia.
"O ser humano não é um produto descartável. Há razões muito profundas para quem escolhe adotar. Quem adota, não faz a segunda via. Quem adota elege, unge, abençoa, faz aliança, torna-se parceiro, torna-se pai e mãe de fato e de direito, natural e inalienável. Permite por sua escolha que a criança pertença e tenha referência de valores sociais, religiosos, éticos, culturais, enfim, cidadão de direitos e deveres, que tem a possibilidade de escolher livremente o seu projeto e seu destino, a partir do momento em que foi escolhido pelo amor de seus pais", defende Mariano.

CLIQUE AQUI PARA IR PARA A PARTE IV DA MATÉRIA  (GRUPOS DE APOIO À ADOÇÃO)
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