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Projeto Aconchego ajuda a adotar crianças com mais de 2 anos (Apoiado pelo Criança Esperança 2010)

Projeto Aconchego ajuda a adotar crianças com mais de 2 anos (Apoiado pelo Criança Esperança 2010)

1 de agosto de 2010



Em Brasília, há 160 crianças à espera de adoção e 430 famílias querendo adotar. Mas se a criança tiver mais de 2 anos, é comum a desistência dos interessados.

O menino Alessandro é um belo exemplo de sucesso do Criança Esperança, uma parceria TV Globo-Unesco.

Alessandro conquistou uma família através do programa "Caminhos para a Adoção", do Projeto Aconchego. Apoiado pelo Criança Esperança, o programa ajuda a quem quer adotar crianças com mais de 2 anos de idade.

Levado e brincalhão, Alessandro anda impossível, como todo moleque de 10 anos.

Adotado aos 7 anos, Alessandro é uma exceção. A figura idealizada do bebê prevalece no imaginário de quem quer adotar. “O bebê está sempre limpinho, cheirando a perfume, óleo disso, óleo daquilo”, diz o funcionário público Roberto Shayer Lyra.

Roberto e Helena já tinham Gabriel, mas quem disse que filho tem de ser desde o nascimento? “Filho é de algum momento até a vida inteira”, defende Roberto.

Existem hoje, em Brasília, 160 crianças à espera de adoção. E, na outra ponta, 430 famílias querendo adotar. É de se esperar, portanto, que nenhuma criança fique sem família. Se for bebê, isso é verdade. Mas se a criança tiver mais de 2 anos, não é incomum a desistência dos interessados.

“Geralmente os candidatos preferem crianças recém-nascidas, às vezes brancas, sem irmãos, sem muita história”, conta a psicóloga Maria da Penha Oliveira Silva, coordenadora do projeto ‘Caminhos para a Adoção’.

Reunião do “Projeto Aconchego”, de Brasília. “A gente tem muita urgência pra adotar, mas não pode ter pressa”, diz a psicóloga Monique Ramos de Araújo Coelho.

Candidatos a adotar. Pais e mães que já adotaram. Em comum, dúvidas e angústias da adoção tardia.

“Você tem um bebê, você já tem mais ou menos um cronograma. Ele vai sentir cólica, ele vai chorar, ele vai precisar de peito. Uma criança de 6 anos que vem com o histórico que eles vêm, que vivencia o que eles vivenciam, você não sabe qual vai ser a cólica dele”, pondera a funcionária pública Vanessa Santos.

“Deixa eu pentear seu cabelo: não! Deixa eu vestir você: não! Deixa eu tocar em você: não! Meu marido falou assim: era isso que você esperava? Eu falei: não!”, conta a funcionária pública Rosana Brandão.

As crianças brincam na sala ao lado. Enquanto os pais entendem porque elas vêm com uma casca de proteção.

“Com o tempo, ele vai endurecendo, ele vai tendo uma outra camada. Agora, se as nossas crianças da adoção tardia não tivessem endurecido, aconteceria isso com elas”, analisa a psicóloga do Projeto Aconchego, Soraya Pereira

O projeto ajuda cada um a encontrar um jeito de romper a casca e entender a criança. “Há um lugarzinho onde eu consiga quebrar com cuidado direitinho”, diz um homem.

“Parece que pelo meio é mais suave”, orienta a psicóloga.

Com todos os acertos e, claro, com os erros da aprendizagem. “Esse momento aqui pra gente é essencial, ele é fundamental,”, afirma Vanessa Santos.

“Filho não sai da gente, filho entra. Cada dia você tem mais intimidade, cada dia você se aproxima mais, e assim é a relação de filiação”, ensina Soraya Pereira.

Como Alessandro entrou na vida de Roberto e Helena. Para nunca mais sair. “É aquele amor doidinho dentro, que de vez em quando a gente para e fica olhando pra carinha dele e pensa: como eu gosto desse menino!”, confessa a funcionária pública Maria Helena da Silva.

 
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